Com Jeph Loeb, no roteiro e Tim Sale, na arte, o Cavaleiro das Trevas finalmente tomou a forma que hoje possuí. Vencedores do Prêmio Eisner, maior prêmio da Indústria de Histórias em Quadrinhos, a dupla canalizou o tom soturno, dado por Frank Miller ao Morcego, em um símbolo dinâmico e alternado entre o realista e cru, e o romance fantástico e violento.
Batman: Ano Um, e por conseguinte, se encantou com a origem suprema do Homem-Morcego, escrita pelo MAGO Miller... Você pode sem problemas fazer a ponte desta origem com as histórias de Loeb e Sale. Mas se isso não aconteceu, eu explico.

"É um épico polical. Jeph Loeb fez um trabalho incrível, pegando os elementos mais exóticos do Bat-verso e trazendo ao solo do real."
- Christopher Nolan, Diretor da trilogia Dark Knight, Prelúdio da Edição Especial de Batman: O Longo Dia das Bruxas - 2006. (Repara que só tem figurão entre as fontes!)
O Longo Dia das Bruxas é o primeiro ato da nova construção do morcego, ela se constituí da criação de grnades vilões, e a despedida do crime organizado comum, uma curiosidade interessante é que toda a galeira de "super-vilões" é chamada pelos chefes da máfia de "the freaks" ou "Os Esquisitões".
Ao final desse épico, o misticismo toma conta do mundo que Bruce Wayne cria, lendo esse volume, pode ser percebido toda a inspiração de Nolan para o segundo filme de sua Bat-Trilogia... "Cavaleiro das Trevas". Com Batman se perguntando se tudo aquilo que perdeu, tudo o que sacrificou e as consequências de sua luta contra a Máfia, valeu a pena contra todos os monstros que haviam sido criados.

Ao passo que Batman deixa de ser uma lenda urbana e passa a ser um verdadeiro fantasma, que atormenta o submundo de Gotham, do mais alto agiota ao mais baixo batedor de carteira. Começa então o próximo passo da disputa de poder em Gotham... contra o Morcego esquisitão, nada melhor que mais esquisitões.
Seguindo esse início de carreira, Batman conhecerá o menino-prodígio em Batman: Dark Victory, também da dupla. Em um último ato de soberania, a Mafia invade o Asilo Arkham atrás do assassino de seu chefe, o ex-promotor de justiça... Harvey Dent. Agora, Duas-Caras. Mas antes de morrer, a máfia de Gotham dá um em seu último suspiro um presente ao Morcego. Um espelho dele mesmo, que vem na forma do jovem orfão acrobata, Dick Grayson.

Mas o Robin se mostra muito mais que um simples moleque. Inteligente, sagaz e hábil acrobata, o Robin é construído em cima de muita ironia sobre sua concepção original. Ao mostrar o famoso juramento, por exemplo... Loeb e Sale transformam a justificativa branca dada na origem do personagem em uma maneira de livrar a consciência de Bruce e conversar com a criança que restou em Dick.
E de fato... O Robin sabe sim chutar bundas... Se é que você me entende. De forma que ele desce o cacete em ambos Coringa e Duas-Caras. Ao passo que ele rouba os holofotes de Batman, as nomenclaturas iônicas dadas à dupla e ao personagem surgem naturalmente nos diálogos, de tão bem fluídos que são, em meio a arte sensacional beirando do real ao cômico.

" A arte (de Tim Sale) é fantasticamente soturna e retrata essa megalópole gótica onde o submundo ameaça engolila, com detalhes impressionantes e escopo notável."
- David Goyer, roteirista da trilogia Nolan, Prelúdio da Edição Especial de Batman: O Longo Dia das Bruxas - 2006.
Ano Um pavimenta um caminho que pode ou não ser tomado, mas quando seguido, desemboca no conceito final do mundo do Homem-Morcego.