sábado, 16 de janeiro de 2016

HQ's para ler - Batman de Jeph Loeb

     Com Jeph Loeb, no roteiro e Tim Sale, na arte, o Cavaleiro das Trevas finalmente tomou a forma que hoje possuí. Vencedores do Prêmio Eisner, maior prêmio da Indústria de Histórias em Quadrinhos, a dupla canalizou o tom soturno, dado por Frank Miller ao Morcego, em um símbolo dinâmico e alternado entre o realista e cru, e o romance fantástico e violento.


       Batman: Ano Um, e por conseguinte, se encantou com a origem suprema do Homem-Morcego, escrita pelo MAGO Miller... Você pode sem problemas fazer a ponte desta origem com as histórias de Loeb e Sale. Mas se isso não aconteceu, eu explico. 


     No novo universo estabelecido por Miller, a lenda do Batman nasce nas bocas da máfia italiana de Gotham City, comandada por Carmine Falcone, é nessa luta suja contra o crime organizado que Batman se alia ao Capitão Jim Gordon e ao Promotor de Justiça Harvey Dent, e é a partir daí que começa a saga da Dupla Loeb/Sale.




  "É um épico polical. Jeph Loeb fez um trabalho incrível, pegando os elementos mais exóticos do Bat-verso e trazendo ao solo do real."

Christopher Nolan, Diretor da trilogia Dark Knight, Prelúdio da Edição Especial de Batman: O Longo Dia das Bruxas - 2006. (Repara que só tem figurão entre as fontes!)


       O Longo Dia das Bruxas é o primeiro ato da nova construção do morcego, ela se constituí da criação de grnades vilões, e a despedida do crime organizado comum, uma curiosidade interessante é que toda a galeira de "super-vilões" é chamada pelos chefes da máfia de "the freaks" ou "Os Esquisitões".

      Ao final desse épico, o misticismo toma conta do mundo que Bruce Wayne cria, lendo esse volume, pode ser percebido toda a inspiração de Nolan para o segundo filme de sua Bat-Trilogia... "Cavaleiro das Trevas". Com Batman se perguntando se tudo aquilo que perdeu, tudo o que sacrificou e as consequências de sua luta contra a Máfia, valeu a pena contra todos os monstros que haviam sido criados.


       Jeph Loeb cria, na mente dos criminosos e na dos leitores, a mística por traz das habilidades do Batman. Apesar de saber sobre os anos e anos de treinamento de Wayne, ainda é possível sentir o arrepio dos bandidos quando um morcegão de 90 quilos caí sobre eles. E é aí que você se pega perguntando "como ele faz isso?"

        Ao passo que Batman deixa de ser uma lenda urbana e passa a ser um verdadeiro fantasma, que atormenta o submundo de Gotham, do mais alto agiota ao mais baixo batedor de carteira. Começa então o próximo passo da disputa de poder em Gotham... contra o Morcego esquisitão, nada melhor que mais esquisitões.






      Seguindo esse início de carreira, Batman conhecerá o menino-prodígio em Batman: Dark Victory, também da dupla. Em um último ato de soberania, a Mafia invade o Asilo Arkham atrás do assassino de seu chefe, o ex-promotor de justiça... Harvey Dent. Agora, Duas-Caras. Mas antes de morrer, a máfia de Gotham dá um em seu último suspiro um presente ao Morcego. Um espelho dele mesmo, que vem na forma do jovem orfão acrobata, Dick Grayson.

      Ao melhor estilo anos 40, Robin é introduzido não só como um ajudante, mas sim um espelho para Bruce Wayne, que quer fazer pelo jovem Richard o que não fizeram por ele. Direcionar sua angústia na perda para algo que realmente faça a diferença.
      Mas o Robin se mostra muito mais que um simples moleque. Inteligente, sagaz e hábil acrobata, o Robin é construído em cima de muita ironia sobre sua concepção original. Ao mostrar o famoso juramento, por exemplo... Loeb e Sale transformam a justificativa branca dada na origem do personagem em uma maneira de livrar a consciência de Bruce e conversar com a criança que restou em Dick.


        E de fato... O Robin sabe sim chutar bundas... Se é que você me entende. De forma que ele desce o cacete em ambos Coringa e Duas-Caras. Ao passo que ele rouba os holofotes de Batman, as nomenclaturas iônicas dadas à dupla e ao personagem surgem naturalmente nos diálogos, de tão bem fluídos que são, em meio a arte sensacional beirando do real ao cômico.


     
      E por fim, Batman e Robin são de fato parceiros, a criança de Bruce conversa com a de Robin, e o homem que o Robin se torna conversa com o Detetive que é Batman. Na melhor química já descrita entre Batman e Robin. A construção deste mundo maravilhoso está completa. No início, Tim Sale não concordou com o projeto Dark Victory, justificando que o Batman não deveria ter parceiro no mundo que ele ajudou a criar, mas o roteiro de Jeph desbaratou seus argumentos, a história leva a apenas um final, de fato, à introdução do garoto-pássaro, e à nova temática das histórias, sombrias e fantásticas, mas ainda de pés no chão.


" A arte (de Tim Sale) é fantasticamente soturna e retrata essa megalópole gótica onde o submundo ameaça engolila, com detalhes impressionantes e escopo notável."
- David Goyer, roteirista da trilogia Nolan, Prelúdio da Edição Especial de Batman: O Longo Dia das Bruxas - 2006.



      Ano Um pavimenta um caminho que pode ou não ser tomado, mas quando seguido, desemboca no conceito final do mundo do Homem-Morcego.
           

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

DEMOLIDOR - De Volta À Lona

   Com a segunda temporada batendo com força na porta da frente, nada melhor do que trazer pro centro do holofote mais um pouco do Homem sem medo. A série que é carro-chefe da Marvel na Netflix volta em meados de março com o segundo ano de Murdock espancando bandidos com sua "batina" vermelho sangue.

      Agora que houve a liberação da data de lançamento, temos também novas Ibagens para averiguar....


                                 "IBAGENS, EU QUERO IBAGENS."

     O trailer que foi liberado ficou muito bom, juntando com a temática do personagem: O trailer mostra momentos chaves da primeira temporada pintados no teto de uma igreja, a Capela Cistina que foi todo o Ano Um ao qual fomos apresentados. Cai bem no personagem, lembrando que Matt Murdock é um católico devoto, o que já foi retratado diversas vezes nos quadrinhos e pelo senhor Frank Miller. Já que o Matt não pode ver o trailer, por razões óbvias, você pode ver Aqui.
       Chegou a hora de especular sobre a trama da segunda temporada, com o pouco que temos, o que significa: Pontas soltas da primeira temporada, imagens e personagens, além de apostar que a série vai continuar tão fiel aos quadrinhos quanto antes, para termos uma boa base.


       
        Agora, daqui pra frente vão ter Spoilers no texto (Não que faça diferença) começando pela ponta solta que a Madame Gao deixa quando some misteriosamente, deixando pra trás sua parte na operação do Fisk... Quando ela diz que "vive num lugar bem mais distante que a china" e especialmente quando ela vence o Demolidor com um só golpe, significa que ela realmente não é "daqui".
         As sacas de heroína de Gao, na série, possuem um símbolo, o símbolo da Serpente de Aço, a arqui-inimiga do Punho de Ferro, um ser místico vindo do Mundo Perdido de Ku'n L'un. A série do Punho de Ferro ainda tá distante no cronograma, e a relação que Gao estabelece com a condição especial da cegueira de seus "empregados" com a cegueira do próprio Matt, dá margem para novos assaltos, o que significa Ninjas do secto da serpente de Aço pra não deixar a trama esfriar.

           
       Ainda nessa linha de pontas soltas, temos os ninjas do Tentáculo, com a morte de um de seus agentes em Hells Kitchen, Nobbu, é possível que a organização volte a dar as caras.

  Se isso acontecer, podemos esperar grandes embates. Além disso, a trama do Tentaculo foi deixada pela metade, com todo o papel de Stick, o mentor de Matt Murdock, e sua missão sendo deixados no ar. O que sabemos é que Matt fará parte de uma guerra um pouco maior no futuro (Vide TEMP. 01 CAP. 07), segundo os planos de seu velho mestre, o que envolve o Tentáculo.
       A partir daí, fica mais especulativo ainda, já que o Tentáculo tem uma grande inimiga, vez ou outra, até mesmo aliada...






    Digamos que, como de praxe, Elektra esteja em um frenesi assustador contra o Tentáculo, seguindo as atividades dos ninjas de vermelho até a Cozinha do Inferno... E por sua vez, que eles estejam rastreando o Demolidor, por vingança. E ele acaba envolvido na confusão. Assim, o arco estaria fechado, encaixando Stick no final para confrontar os sentimentos que Matt sente pela assassina... talvez até mata-la.

     O que não se encaixaria nesse enredo, seria o papel do Justiceiro, que temos de encarar como ponto alto do Ano Dois. Ele faz parte do picadeiro central, e a área dele não é o Tentáculo; quer dizer que a trama do Tentáculo ou cai por terra totalmente ou será mantida em segundo plano enquanto o Justiceiro trava sua zona de guerra na cidade.


   Existe a possibilidade de Frank Castle ser levado ao titulo de protagonista secundário, já que toda a sua origem e personagem agora serão (FINALMENTE) trazidos para a Marvel Studios, mas as fotos provam o contrário... A briga entre os dois vigilantes vai ter sim uma grande relevância no plot. Sem esquecer que qualquer organização criminosa em Hell's Kitchen foi desmanchou-se com a queda de Wilson Fisk. O que significa que a Máfia se reorganizará em torno de um novo cabeça, e pode apostar que Castle está logo atrás.



       O que temos: Justiceiro e Demolidor entrarão em conflito quanto a guarda de Hell's Kitchen e a linha que separa Matt de um assassino como Castle e Elektra, enquanto o Tentáculo o caça. Elektra acaba se aliando ao Demolidor no contra-ataque e no momento decisivo, receberão ajuda do Justiceiro, que trará equilíbrio à balança. Ao final da temporada, Karen estará distante de Matt e muito mais próxima à Foggy, enquanto o advogado cego percebe que, apesar de seu romance com Elektra, não pode ficar com ela.
       Terminando assim o Ano Dois. O segundo ato onde o protagonista termina, como manda o figurino, por baixo da situação. Matt vai se questionar sobre a integridade do Demolidor, sobre a integridade de sua vida pessoal, e até onde ele pode ir sendo só um homem, o que o leva até o padre, novamente.


Isso, é claro, é tudo especulação. Sonhar não paga imposto.