Na história dos quadrinhos, existem a Era de Ouro, a Era de Prata e a Era de Bronze. As histórias você talvez já possa adivinhar. A censura de ferro não permitia a mínima profundidade.
Depois de sessenta anos de muita luta e o auxílio dos anos 90, os quadrinhos atingiram um patamar que viabilizou a Era de Sangue das HQs. Esse tempo teve vários padrinhos, Frank Miller, Jeph Loeb e Alan Moore principalmente.
Mas calma, o nome Era de Sangue, ou Era Sombria, não significa que a parada virou um filme do Tarantino, com sangue o tempo inteiro.
Pra ilustrar melhor, vamos ao enxerto abaixo, da participação do Justiceiro na Guerra Civil:
O que o diálogo transmite é o conceito do Dark Reign, o momento histórico em que o realismo cruza a linha da fantasia. No momento em que os vilões não reconhecem mais limites, em que as consequências de atos super humanos são severas, aonde o alarde para o extraordinário é o inimigo. Existem linhas que super-heróis, por lei natural, não podem cruzar. Bom, pelo menos alguns deles não.
Falando em Dark Reign, a mega-saga marvete que encorajou ainda mais o movimento. O melhor exmplo que temos são os Dark Avengers de Norman Osborn, que depois de uma (mais uma) invasão Skrull à Terra, chega a conclusão de que super heróis e seus métodos morais são ineficazes.
Osborn recruta seus Vingadores Sombrios e realiza um feito que gerou simpatia nos fãs, sua equipe "pé na porta e soco na cara" era perfeita e atendia as expectativa. Rocha Lunar, dos Thunderbolts (como Miss Marvel), Mercenário (como Gavião Arqueiro), o filho de Logan, Daken (como Wolverine), Sentinela, que é virtualmente um deus, e Venom (Animalesco e canibal). E Norman com sua nova identidade, o Patriota de Ferro (Original).
Agora repare bem, a formação do grupo com nomes fortes e violentos. Ninguém ali pensa duas vezes antes de matar, e como isso foi tão bem aceito pelos fãs? A resposta está no final dos anos 80 e início de 90. As pessoas já não aguentavam mais a formula "bom moço, escoteiro exemplar"das grandes equipes. Liga da Justiça, X-men, Vingadores. Como válvula de escape, as editoras agraciaram os leitores com a violência e as medidas drásticas dos personagens mais casca-grossa.
Olha bem pro Deadpool (eu sei que não precisa pedir) antes da loucura e da quebra de 16 paredes (Referência), A sátira do Deadpool era, e é até hoje, as medidas que ele toma para eliminar o problema. Sem prisão, sem reforma de antagonista. Quando um lunático explode uma bomba nuclear numa escola, ele não terá perdão.
Nos arcos de Injustice, o Morcego lidera seu time contra o Superman tirano, a pegada é bem pesada e as consequências são realistas, interessantes de serem analisadas. Os diálogos mostram melhor a carga pesada que a DC dá, muito bem, aos seus quadrinhos. A editora finalmente desce seus "deuses"ao nível do homem. E o Batman ao nível do homem também.
Mulher-Gato: "Você quer que todos pensem que você é essa coisa invulnerável, infalível, mas eu sei que não é verdade. Eu vi suas cicatrizes. Que inferno, eu te ouvi roncando." |
Em outro âmbito, alguns heróis já nasceram na violência. Da violência. O próprio Justiceiro. O Arqueiro Verde também, sempre houve aqueles que desafiaram a regra e polemizaram.
Se você não está mais afim de ver robôs serem despedaçados por causa de alguma censura com sangue. Então, seus problemas acabaram; Alguns dos gibis mais interessantes pra se procurar nesse contexto: X-Force e Capuz Vermelho e os Fora da Lei.
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