sábado, 20 de junho de 2015

Cyberpunk, um começo

   Pra começar a entender o universo cyberpunk. é preciso voltar bem mais que a década de 80, pelo menos mais 30 anos. O que se tinha em 1950 que pudesse servir de base pruma cultura tão crítica e bruta? Tinha George Orwell e sua obra 1984, complementado pelas revistinhas de fiction thrill.

    A ficção científica já existia no ramo literário, como nos livros de Júlio Verne e em contos como As Viagens de Gulliver ou os da Rue Morgue, havia também Frankenstein, que representava uma ficção mais "grosseira". Até que apareceu o escritor George Orwell e sua síntese de um mundo pós-apocalíptico, em sua sociedade distópica maquiada como ordem, e as máquinas avançadas que eram usadas contra a população, para espiona-la. O conceito de Big Brother, aquele que vigia, que observa e repreende violentamente. O livro é de 1948, mas seu título é 1984, visando um futuro deturpado, era um gostinho simples do que estava por vir.




       Mas antes que a distopia inspirada em 1984 fosse ainda mais distópica, ela passou pelo colorido dos anos 60. E pelas páginas de revistas como a Thrilling Wonder, ou os filmes Time Travellers e Time Barrier. Resumindo a cultura de ficção dessa época: Se a humanidade não explorava a fronteira final do espaço, acabava em uma utopia de surreal como a dos Jetsons ou vivendo embaixo da Terra se escondendo de mutantes que dominaram o mundo.

   
   O tempo passou e Hollywood continuou alimentando o monstrinho da ficção científica, vieram Star Wars, os filmes de Star Trek e Alien. E a imaginação continuou levando o homem pro espaço, tirando o pé do chão pra pensar em brigas com outros seres e esquecendo que os seres humanos adoram brigar entra sí.
     Foi só no começo da década de 80, quando os computadores começaram a engatinhar, bem tímidos, pro conceito atual. Que pararam de imaginar o que um computador poderia fazer e passaram a pensar no que ele fazia. Quando a ficha caiu, o lugar mais interessante pra explorar, voltou a ser a Terra, repaginada com o avanço tecnológico real e não a tecnologia boboca do futuro sessentista.
     E é possível adivinhar até com o que o mundo da guerra-fria começava a se parecer com a paranoia de vigilância e tecnologias secretas, com segredos de estado e ditaduras. George Orwell se revirou no caixão.
     

      Surge o ciberespaço.

Parte II - Clique aqui

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