quarta-feira, 29 de julho de 2015

Da vala ao estrelato - Xpetacular

     Quando foram criados em 1963, os X-men não foram recebidos com muito entusiasmo, não eram um sucesso como o Homem-Aranha, nem só acompanhados por um nicho, como o Demolidor.
          

         

      A pegada do quadrinho era diferente de tudo que o velho Stan tinha apresentado ao público: Cinco jovens com poderes incomuns até para super-heróis na época, ter pés enormes e atirar raios dos olhos passava do limite romântico do monstro incompreendido, como era o Coisa.
    Stan conseguiu manter a revista por mais de dez anos, até a hora em que a Marvel quase sofreu um motim de seus editores, exigindo o cancelamento do título. Por alguma razão, provavelmente a mesma que faz Stan Lee ser um gênio, ele não cancelou a revista.

  Em vez disso, o pai do universo Marvel entregou sua equipe de mutantes à uma equipe que entraria para história, junto com os X-men que criariam, Começando com Len Wein e Dave Cockrum, que deram a equipe seu status internacional, quando criaram e resgataram personagens mutantes de diversas etnias para a escola Xavier.
   Em Giant-Size X-men, o time original é capturado por uma ilha mutante viva, conhecida como Krakoa, e o professor Xavier se vê obrigado a montar um novo time de X-men pra poder resgatar seus estudantes.

   Tempestade vem de uma tribo africana e é vista como uma deusa, Noturno é alemão e uma atração de circo, Banshee é basicamente um lorde escocês, Solaris é um japonês de um clã nobre e rico, e o Pássaro Trovejante; um mohawk ignorante. Colossus, um siberiano blindado. Por fim, Len Wein decidiu adicionar uma criação própria, um personagem canadense dele que havia sido usado apenas uma vez em um gibi do Hulk. Um tal de Wolverine.


    A edição foi um sucesso, e todos os personagens foram otimamente recebidos. Os fãs foram ao delírio com a diversidade e as possibilidades da nova equipe. Não eram mais só uma trupe de adolescentes com picuinhas, eram pessoas realmente diferentes, de culturas e continentes variados, revivendo o objetivo dos X-men. o fim do preconceito.

      
    Por fim, apenas pequenas mudanças foram feitas para continuar a fórmula do novo sucesso. Retirar o Solaris e o Pássaro Trovejante da equipe, por causa de suas péssimas recepções com os fãs, e manter Ciclope; o X-men original mais popular, que deveria ter se retirado com o resto da primeira escalação. Para coroar a cereja no bolo, chega na equipe de roteiristas o gênio, Chris Claremont, responsável pelas maiores sagas dos mutantes de todos os tempos, trazendo na bagagem Jean Grey de volta ao grupo, como a Fênix.

  A partir de 1975, os X-men só estouraram nas mãos de Chris Claremont e seu novo parceiro, o também ídolo dos quadrinhos, o desenhista John Byrne. Juntos, realizaram a Saga da Fênix, criaram o Império Shiar, e lançaram os personagens aos postos de ícones do mundo Marvel, principalmente o Wolverine.
   Foi com os X-men, também, que surgiu uma coisa bastante irritante das HQs. Mortes súbitas, ressurreições, devastações, massacres de mutantes, término de namoro, e provavelmente uma parcela enorme de culpa na parte em que você, fã de quadrinhos, é obrigado a acompanhar uma saga inteira porque não se faz mais história avulsa, só pra passar o tempo. Mas tudo bem, a legião de fãs mutante é muito fiel, e a geração dos anos 90 não pode ser definida sem essa abertura!!! Clica!

  Provavelmente o desenho mais legal sobre super-heróis até hoje, e responsável pela venda dos Dois milhões de HQs do título na época, foi o dos X-men. Os elementos dessa série eram tão fieis aos gibis que logo, a própria HQ se adaptou em sua narrativa de acordo com o desenho da TV.

     Foi aí que depois de muito tempo enfrentando ETs e entidades cósmicas, mais uma vez a turma mutante é resgatada ao problema do preconceito, e a imagem do personagem de Magneto como  um anti-herói é criada, os princípios e a luta por igualdade passam a ser assunto sério para o universo mutante a partir dos anos 90.
     Com a popularidade em órbita, os X-men superaram os Vingadores e o Quarteto, que viviam uma fase escassa de novidades e profundidade na história. Logo os mutantes eram tão grandes em influência e tão numerosos em equipe, que foram divididos em dois times. O azul e o dourado. Simples, prático e muito lucrativo.

    As aventuras da equipe dourada eram mais suaves e cobriam os bastidores da Escola Xavier, com antagonistas secundários, serviam como segunda divisão e mantinham um elo mais firme com o professor Xavier, a formação continha Colossus, Jean GreyTempestadeHomem de geleArcanjoBishop. Enquanto a equipe azul de Ciclope enfrentava os inimigos de verdade, Magneto, os acólitos, Apocalipse e as Sentinelas; Formado pelos personagens mais populares, tanto no desenho como nas HQs, como FeraGambit, Psylocke Jubileu.




     Com o talento do roteirista e desenhista Jim Lee, os X-men continuaram em alta até o começo dos anos 2000, quando a reputação da revista rendeu o primeiro filme de super-heróis decente da Marvel. depois de quase trinta anos de contribuição com as HQs mutantes, Claremont finalmente passou o manto de criador. Graças à essa grande revolução de ideias e confrontos pessoais e éticos;


 


   É muito interessante acompanhar a trajetória desse título. Talvez um dos títulos de maior profundidade, com paralelos interessantes com  a realidade ao mesmo tempo em que é muito autêntica em sua própria ficção.
     Começar a ler X-men é meio complicado, muitas séries e sagas complexas. Então talvez seja legal começar pelas coleções históricas, que são mais fechadas, e se você se sentir a vontade, pode procurar por Os Surpreendentes X-men, uma série escrita por Joss Whedon, o roterista e diretor de Os Vingadores.


      X-men é assim. Enche o saco, é difícil de entender e acompanhar, os filmes deles não ajudam em nada. Mas quando você percebe, tá fazendo o maior esforço pra entender. Porque, na realidade, são a melhor equipe dos quadrinhos e chamam bastante a atenção por serem essa família variada, que apesar de ser mutante,  no fundo é bastante humana e realista.

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